sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

II Seminário sobre Intolerância Relgiosa

O Instituto de Mulheres Negras de Mato Grosso convida para participar do II Seminário sobre Intolerância Religosa, dia 27 de fevereiro de 2011 (domingo).
Nieta Costa, Vice-Presidente do IMUNE MT irá ministrar uma palestra sobre "Diáspora Africana".
Programação
08h - Café da manhã0
9h - Início dos diálogos e palestras
12h - Almoço
14h - Continuação dos diálogos e palestras
17h - Encerramento
Local: Casa de Baba Georg de Ode - CPA III Setor 4 Quadra 13 Casa 01Fone: 9974-7712
Axé!

Projeto Expedição ao Território Afroboliviano

Considerando a resolução da ONU que institui "2011 Ano Internacional dos Afrodescendentes", o Instituto de Mulhers Negras de Mato Grosso apoia esta inciativa do Grupo Friedlander Aventuras Fotográficas, que durante um mês, realizará uma expedição para documentar as comunidades afrodescendentes na Bolívia, promovendo um paralelo com a comunidade afrodescendente de Vila Bela da Ss Trindade em Mato Grosso, Brasil.
Visando a sustentabilidade deste importante projeto, dada sua relevância para a cultura e patrimônio imaterial, assim como sua abrangência internacional, o IMUNE MT solicita apoio às Instituições para se tornarem parceiros, investindo recursos para promover e permitir a continuidade da Expedição.
Participe, venha fazer parte deste grupo!
Leia o release da assessoria de imprensa do projeto.
EXPEDIÇÃO Em busca da comunidade Afroboliviana
Através do blog www.projetoparaleloquinze.blogspot.com, será é possível acompanhar todo desenvolvimento do projeto que está, inclusive, aberto a parcerias
Uma paixão pela Bolívia, o conhecimento profundo da Comunidade Negra do Vale do Guaporé, em Mato Grosso, e uma inspiração que brotou das palavras da líder afroboliviana, Marta Inofuentes. Esses foram os ingredientes para o surgimento do Projeto Paralelo 15. Com o objetivo de mostrar um universo até então desconhecido para a maioria dos bolivianos e dos latino-americanos, o Projeto inicia sua primeira etapa amanhã, 25 de fevereiro.

"Queremos ser mais visíveis que nunca, através de nosso Rei, para que o mundo inteiro saiba fora de nossas fronteiras que a Bolívia não é um país somente de indígenas." O clamor de Marta Inofuentes serviu de estopim para que o fotógrafo Mário Friedlander, acreditasse na ideia que já vinha sendo plantada pelo seu amigo Luca Spinoza, jornalista Chileno, radicado na Bolívia. A partir daí, a ideia de apresentar ao mundo a comunidade Afroboliviana, fazendo um paralelo com a comunidade negra que vive no Vale do Guaporé, na divisa com a Bolívia, virou projeto e ganhou a adesão do guia de Ecoturismo e produtor cultural Hélio Caldas.

Friedlander e Caldas, a bordo de um carro fechado com tração 4x4, iniciam a expedição rumo à região dos Yungas, localizada a aproximadamente 90 km a Leste de La Paz, capital boliviana. Em Santa Cruz de La Sierra, Luca Spinoza se junta aos expedicionários.

No primeiro trecho da expedição cultural, na região conhecida como Gran Chiquitania Boliviana, a equipe vai documentar algumas Missões Jesuíticas, transformadas em Patrimônio da Humanidade pela Unesco, também alguns aspectos da vida cotidiana de várias comunidades Chiquitanas localizadas ao longo do trajeto, e aspectos naturais do Bosque Seco Chiquitano, um rico ecossistema existente na Bolívia que começa a ser ameaçado principalmente pelas atividades agropecuárias e madeireiras dos brasileiros que migram para esta região.

A expectativa é que a equipe enfrente alguns entraves burocráticos nas fronteiras, bem como problemas de infraestrura no transporte, pois a Bolívia enfrenta um período de chuvas muito intensas que bloqueiam inúmeras estradas principalmente na região a ser percorrida. Além disso, a Bolívia passa por um momento de agitação política, a exemplo da "Crise do Açúcar".

Apesar das dificuldades, os membros do Projeto Paralelo 15 estão firmes no propósito de dar visibilidade aos Afrobolivianos que vivem na região dos Yungas, e representam cerca de 0,5% da população daquele país. “Vila Bela da Santíssima Trindade (primeira capital de MT) é uma pequena África dentro de Mato Grosso, está no Paralelo 15 e é fronteira com a Bolívia. Essas duas comunidades viveram isoladas por muito tempo e as origens são as mesmas. Então o que a gente pretende também é colocar as duas comunidades em contato”, explicou Friedlander.

Durante aproximadamente 30 dias a equipe vai documentar também os grupos culturais de Afrobolivianos no Carnaval de Oruro, a maior e mais importante manifestação cultural da Bolívia. O trajeto a ser percorrido nesta primeira etapa é de aproximadamente cinco mil quilômetros. No percurso, a equipe vai enfrentar a célebre e perigosa “Estrada da Morte”, uma precária estrada de chão, com alto índice de acidentes, que dá acesso às comunidades negras da Bolívia.

A região dos Yungas está localizada nos vales subtropicais da Bolívia, numa região vizinha dos Andes. A estrada que dá acesso à região é considerada a mais sinuosa da Bolívia e por isso, a mais apreciada pelos turistas estrangeiros.

Esta primeira etapa, segundo Friedlander, servirá de base para o projeto, pois será o momento de estabelecer vínculo com a população e colher informações e registros fotográficos. O projeto prevê ainda mais três etapas, que resultarão em vários produtos finais, a exemplo de livros, exposições fotográficas e elaboração de relatórios.

A República Boliviana – Impressões e sensações

“A Bolívia é o Tibet da América e nós brasileiros a tratamos como os americanos tratam o México”, com essas comparações, o fotógrafo Mário Friedlander definiu a sua admiração pelo país vizinho e a sua decepção pela forma como ele é visto pela maioria da população brasileira.
O fotógrafo lamenta que muitos brasileiros ainda mantenham uma visão preconceituosa em relação à Bolívia. “A espiritualidade, o clima, a altitude da região, é um país maravilhoso, que mantém a sua origem indígena e é muito mais desenvolvido em alguns pontos do que nós brasileiros acreditamos. A população é extremamente politizada. Cada vez que volto à Bolívia eu reforço essa visão”, ressalta.

A paixão pela Bolívia teve início na década de 80, quando Mário Friedlander fez sua primeira viagem ao país vizinho. Das muitas experiências vividas e sensações experimentadas, Friedlander destaca as duas vezes em que percorreu a pé a rota que fará a bordo do veículo 4x4. Também conhecido como “El camino Del Taquesi”, é o caminho pré-colombiano mais preservado da Bolívia.

Além de toda grandiosidade e beleza da rota, que compreende aproximadamente 42 km, nas duas vezes o fotógrafo passou experiências marcantes. “Na primeira vez eu estava sozinho e me deparei com os vigilantes do narcotráfico. Na segunda vez eu tive uma hipotermia porque estava sem roupas adequadas para a neve, só não morri porque meu colega, um europeu que possuía roupas apropriadas me socorreu”, contou. Já em relação ao Vale do Guaporé, Mário fala com ainda mais propriedade. “Passei muitos anos em Vila Bela da Santíssima Trindade e desenvolvi um trabalho muito intenso nessa região”, finalizou. (Com Assessoria)
Para mais informações, acesse: http://projetoparaleloquinze.blogspot.com/
Acompanhe essa aventura!
Facebook: Projeto Paralelo Quinze
Twitter: @paralelo_15

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

ONU institui 2011 como "ano dos afrodescendentes"

Afim de combater o racismo e as desigualdades econômicas e sociais dos negros, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu 2011 como o Ano Internacional dos Afrodescendentes. Eles estão entre os que mais sofrem com discriminação e dificuldade de acesso a serviços básicos, como educação, segundo o órgão.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em parceria com a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), lançou, no final do ano passado, a campanha “Por uma infância sem racismo”.A responsável pela campanha e pelo programa de proteção à infância do Unicef, Helena Oliveira, destaca que existem dois níveis de discriminação racial. “O primeiro é aquele conhecido pelos números.
Os dados mostram a disparidade no acesso às políticas publicas. Nesse sentido, o negro acaba com menos direitos do que o branco”, diz.A taxa de analfabetismo entre a população branca de 15 anos ou mais é de 6,1%, enquanto que para os negros e pardos é de 14,1 % – diferença de 131,1%. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e constam no 4º Relatório Nacional sobre os Direitos Humanos no Brasil, lançado em dezembro no último ano.Entre os que estudaram, considerando a população com 25 anos ou mais, a média de escolaridade da população negra e parda é de 5,8 anos, contra 7,8 anos para a população branca.“Um segundo nível de discriminação é o do cotidiano, que é mais simbólico.
Quando uma criança escuta um comentário racista no espaço escolar, o que foi dito passa a compor a formação dela. Isso pode causar efeitos danosos”, completa Helena.A campanha do Unicef tem o objetivo de mobilizar a sociedade brasileira para assegurar a igualdade étnico-racial desde a infância. “Quando os pais e professores promovem a interação e o conhecimento sobre o diverso, estão incentivando à igualdade”, ressalta. “A criança que pode estar em diferentes espaços cresce aprendendo a respeitar o outro.”Pior entre mulheres“As discriminações raciais somadas às de gênero são eixos estruturantes das desigualdades sociais no país e América Latina”, afirma a gerente de programas da ONU Mulheres Brasil e Cone Sul, Júnia Puglia. “As mulheres negras sofrem com a dupla desigualdade.”Segundo a análise de Júnia, o papel tradicional da mulher na sociedade e a forma como os negros foram inseridos no Brasil colocam barreiras para que as negras aproveitem oportunidades educacionais e no mercado de trabalho.
Os dados da Relação Anual de Informação Social (Rais), órgão do Ministério do Trabalho, revelam que as mulheres negras recebem menos que a metade do salário dos homens brancos em trabalhos formais.“Uma das piores formas de inserção é o trabalho doméstico remunerado, por meio do qual as mulheres negras mais participam das atividades econômicas do país. Este tipo de trabalho tem um percentual de formalização muito baixo”, lembra Júnia.
SoluçãoPara garantir equidade racial é necessário investir em ações inclusivas, de acordo com a ONU. “Quando uma parcela da população não está matriculada na escola, as estratégias para buscá-la deverão ser diferentes. São crianças de comunidades quilombolas e indígenas, para as quais a escola não chega”, exemplifica Helena.Na opinião de Júnia, os debates sobre igualdade racial e de gênero tem avançado, embora haja reações contrárias à inclusão. “Há 15 anos não poderíamos vislumbrar esse cenário institucional, mas ainda tem muito trabalho a ser feito, porque é preciso desconstruir o racismo e o sexismo”, conclui.
Mais da metade de população brasileira tem ascendência africana. De acordo com dados do IBGE de 2009, 51,1% dos brasileiros se reconhecem como pretos ou pardos.Com a segunda maior população negra do planeta (e primeira fora do continente africano), a missão do Brasil no ano temático da ONU é “chamar atenção para as persistentes desigualdades que ainda afetam esta parte importante da população brasileira”, segundo um comunicado da instituição.
Fonte: Envolverde/Aprendiz